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O business partner (BP) é um profissional da área de Recursos Humanos que trabalha em contato direto com a liderança da empresa. No dia a dia é conhecido por fazer a ponte entre o negócio e o RH. Na prática isso significa ter uma agenda intensa de reuniões, com temas de A a Z, como por exemplo, avisar alguém que o organograma não está atualizado e que isso precisa ser feito, até discutir o desenvolvimento do sucessor do CEO. Dentre suas funções deve-se buscar um foco maior em:
· propor soluções para demandas relacionadas a pessoas em suas áreas de atendimento;
· criar estratégias de atração, desenvolvimento e engajamento de profissionais;
· desenvolver a cultura da organização;
· servir como conexão entre os mais diversos setores;
· colaborar com o aumento da performance.
Para tanto, o BP deve ter uma alta capacidade de influência, tanto no nível individual (carinhosamente chamado de reuniões 1:1) como coletivamente.
Como fazer com que essas atividades centrais (o core business do BP) caibam na agenda? Primeiro é importante conseguir sair da execução dos processos transacionais, pois se foi criada uma área ou função de BP, pressupõe-se a necessidade de uma área de Processos de RH para sustentação do dia a dia de gestão de pessoas. Segundo que o BP não deveria ocupar parte significativa do seu tempo como designer de produtos e serviços, a não ser de forma excepcional por um tempo determinado, ao participar de squads, por exemplo. O que o BP precisa mesmo fazer é atuar em diversos níveis da empresa, e o escopo de sua atuação está diretamente relacionado à sua capacidade de influenciar.
É bastante comum encontrar profissionais da área que conseguem exercer uma grande influência sobre as pessoas, isto é, aconselhar e orientar executivos individualmente, seja em relação aos seus times ou ao dar um feedback para os líderes sobre o que ele enxerga no dia a dia da empresa. Contudo, é raro encontrar um BP capaz de atuar de forma contundente em grupos e reuniões com executivos.
Nessas situações, alguns profissionais acabam limitando sua atuação por conta de suas relações e laços com os participantes das reuniões, já que há um receio de gerar algum possível atrito por conta da exposição diante de outros executivos. Esse zelo excessivo impede que o BP exerça sua influência coletiva e também se posicione em assuntos importantes em tempo real, o que descaracteriza o seu papel dentro da organização. Nem tudo pode esperar pra ser tratado nos bastidores.
Além disso, há ainda a questão da hierarquia que muitas vezes inibe a atuação do BP. Ao se ver em uma reunião com diretores e vice-presidentes, o profissional acaba sentindo o peso da hierarquia – tanto pelo comportamento de alguns desses líderes, que eventualmente abusam do poder que têm e acabam com a famosa “carteirada”, como pela cautela excessiva do BP, que não sabe como abordar alguém de uma posição hierárquica superior para apontar questões importantes e sugerir melhorias.
Assim, é imprescindível para o BP que deseja ser bem-sucedido em sua carreira ser capaz de trabalhar essas dificuldades e superar as barreiras que o impedem de exercer seu papel de influenciador.
Em um meio em que o profissional capaz de exercer apenas influência individual se tornou o mais comum, só é possível obter destaque quando se exerce um papel de influência com abrangência coletiva e que atinja todos os níveis da empresa, inclusive a alta liderança.
Como é pra você se posicionar em uma reunião com a alta liderança e ajudar a promover um ambiente psicologicamente seguro, em que os temas difíceis possam emergir na mesa de reunião, e não apenas nos bastidores?